
Corpos: diversidade de formas e cores, recipientes de nós mesmos, portadores da nossa essência, veículos que nos levam pela vida, às vezes de maneira confortável, às vezes qual carros sem rodas…
Almas: diversidade de interiores, feito águas profundas ou rasas, transparentes ou turvas, agitadas ou paradas, multicoloridas ou capazes de espelhar o céu: águas como de rios, de lagos ou mares; nenhuma igual à outra e em constante movimento. São os palcos dos nossos encontros, também conosco mesmos, alegres ou tristes e de muitos dramas da vida, oportunidades para aprendizagens constantes.
Espíritos: nossa essência solar, sementes de luz; faíscas que precisam mergulhar inúmeras vezes na escuridão para desabrocharem, amadurecerem, para aprenderem a irradiar a sua luz.
Reconhecer esta luz em cada ser humano, em qualquer ser humano, cultivar a certeza de que luz é sempre luz, seja ela forte ou fraca, pequena ou grande, trêmula ou reta.
Admirar o encanto da diversidade de expressões nas culturas, o multicolorido da nossa humanidade.
Conviver com as pessoas mais diversas, parecidas comigo ou muito diferentes, vivenciar o humano em suas inúmeras facetas e o estranho e esquisito dentro de mim mesmo e aproximar-me assim cada vez mais da essência do Humano.
Tomar consciência da nossa história, dos contextos sociais, das belezas e feiuras, com suas injustiças também, do inaceitável, das dores e feridas e regar constantemente o pensamento que “sou um membro de toda humanidade e corresponsável para tudo que acontece (Rudolf Steiner)” para que possam brotar ações que acalantam, que transformam e que nos unem.
Texto de Susanne Rotermund, coordenadora da Escola Oficina Social e membro do Conselho de Educação e Cultura da Monte Azul. O tema da diversidade vem sendo trabalhado estes últimos meses no Mainumby – Formação de Educadores Comunitários, que inspirou a criação deste texto.